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Um mercado ainda pouco explorado e, podemos dizer, pouco conhecido, promete render cifras milionárias na próxima década. As plataformas low-code, que são desenvolvidas por meio de uma interface gráfica de usuário, podem valer até US$ 190 milhões entre 2022 e 2030, com crescimento anual composto de 31,3% no período.
Os dados são de um relatório do instituto de pesquisa irlandês Research and Markets, que apontou que essa tendência começou por causa da pandemia de Covid-19. Ainda de acordo com o documento, tecnologias desenvolvidas com pouco ou nenhum código tiveram aumento em seus valores de mercado pelo menos desde 2020.
Low-code é a solução para a falta de mão de obra?
Segundo o especialista e referência em Low-Code e No-Code, Léo Andrade, esse tipo de codificação pode ser uma opção bastante viável para suprir a falta de mão de obra especializada em programação. “Se há dificuldade em treinar programadores, na mesma velocidade com que surgem novas oportunidades, uma das formas de superar isso é trabalhar em soluções mais rápidas”, explica.
Segundo Andrade, quando um programador tem contato com uma plataforma Low Code, ele pode fazer mais com menos ferramentas. “É capacitar o programador a ser mais do que um programador”, diz o especialista. “Há muita demanda por poucos profissionais capacitados. Com isso, as empresas não vão evoluir no ritmo desejado, gerando uma bola de neve”.
O low-code permite que as empresas construam sites, automatizem processos e apliquem novos recursos aos sistemas que já utilizam, como ERP e CRM. Tudo isso é feito sem que os profissionais envolvidos no projeto tenham conhecimentos, por exemplo, em HTML, Java, CSS e outras linguagens específicas, como Python.
O que o código baixo torna possível?
O gerente de comunicação da empresa de soluções tecnológicas Run2biz, Everton Pinheiro, explica que a ideia do low-code é que cada vez mais profissionais possam programar. “Basta que esses indivíduos tenham um ensino mais básico de conhecimentos de programação. E, assim, sejam capazes de construir diversas aplicações e automações”, enfatiza Pinheiro
Segundo o executivo, a tecnologia reduz a dependência de profissionais de TI mais qualificados, que, em geral, recebem salários elevados, irrealistas para pequenas e médias empresas. “Quando uma empresa toma a decisão de adquirir um sistema como esse, automaticamente estará ganhando a liberdade de orientar suas próprias demandas, suprindo a necessidade de terceirização”, defende Pinheiro.
“É possível substituir ou reconstruir todas as soluções dentro de uma empresa usando low-code”, diz Léo Andrade. “Portanto, qualquer área da empresa, qualquer tipo de demanda pode ser atendida pelo low-code”, diz o especialista. “É possível capacitar um profissional da área de negócios para criar sistemas que atendam às necessidades daquele setor”, argumenta.
O low-code permite que o desenvolvimento, que é considerado o processo mais complexo na criação de um sistema, seja muito mais fácil, pois a escrita de linhas e mais linhas de código é substituída por modelos pré-construídos e soluções “arrastar”. e solte”. Portanto, quem já utilizou esse tipo de solução aprova, pois são ferramentas simples e baratas.
“Se as empresas querem preencher essa lacuna de mão de obra, precisam usar essas plataformas e ganhar poder de produção, ou encontrar uma fórmula milagrosa para treinar desenvolvedores na hora, o que não acho possível”, destaca Andrade. . “Quem não adotar essas tecnologias manterá a mesma produção”, acrescenta.