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Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) publicaram na renomada revista científica Jornal de Virologia Médica dados de um estudo realizado na cidade de Barreiras, interior da Bahia, confirmando a importância da imunização contra Covid-19 também com doses de reforço no Brasil.
De acordo com o relatório divulgado pelos cientistas, o ensaio contou com a participação de 286 voluntários durante um surto da doença, reforçando a importância da administração de doses adicionais. O levantamento aponta que as pessoas que completaram o ciclo vacinal com a 3ª dose apresentaram maior número de anticorpos capazes de neutralizar o Sars-CoV-2.
Cerca de 80% dos participantes não foram vacinados com a 3ª dose, enquanto apenas 16 pessoas seguiram fielmente o calendário vacinal determinado pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). Nesse caso, os estudiosos identificaram um maior nível de proteção contra a variante omicron naqueles que receberam as três doses.
Esse público possui anticorpos capazes de neutralizar tanto o vírus original de Wuhan, na China, quanto a cepa ômicron registrada pela primeira vez no Brasil em dezembro de 2021, no Rio Grande do Sul (RS). Em resumo, indivíduos que receberam três doses apresentam maior proteção contra infecção por covid-19 e variante da linhagem B.1.1.529.
“Como era de se esperar, vimos que a vacina não necessariamente previne o contágio. O que trazemos é que os vacinados com três doses têm anticorpos que neutralizam até o ômicron, que surgiu quando já existiam as vacinas usadas atualmente”, explica Luís Carlos de Souza Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
Paralelamente, o estudo também considera os dados da 4ª dose, revelando que a aplicação desse imunizante é tão importante quanto as demais, servindo para manter um nível satisfatório de anticorpos no organismo.
“Aparentemente a quarta dose é tão importante quanto a terceira. Enquanto não houver novas vacinas feitas especialmente para as novas variantes, é fundamental manter altos níveis de anticorpos neutralizantes na população, o que só é possível com doses adicionais”, comenta Robert Andreata-Santos, um dos autores.